19/03/2006


Santana: Música para os quadris

Com licença Pearl Jam, Stones, U2, tudo beleza, tem espaço pra todo mundo, gosto não se discute e tal e coisa, mas guitarra com molho é oooooutra coisa, outro prato, outro sabor... Show do Santana na Apoteose!!

Não entendo nada de técnica, mas não sou surda e a banda foi o que deveria ser, com louvor: metais em brasa, percussão irresistível. Dancei muito, cantei outro tanto, não me arrependo dos (caríssimos) R$ 120. Minha irmã, que entende muito do riscado, diz ser fã incondicional do Raul Rekow, cujo biotipo inspirou o seguinte comentário do impagável LSDias: "traficante peruano recuperado..." .

Foi um show ótimo e talvez um dos melhores deste ano cheio de atrações internacionais (semana que vem tem outro - Jamiroquai no Claro Hall - vejo vocês lá!) , mas ainda assim não foi o show que eu encomendei aos céus não! Terminou meio bobo, quem estava à minha volta ficou sem saber se tinha acabado mesmo, se devia pedir bis ou ir embora. Faltaram, do "Shaman", "Nothing At All", "The Game Of Love" e "You Are My Kind", e do "All That I Am", "Just Feel Better", "I Don't Wanna Lose Your Love", "My Man" e "Cry Baby Cry". Passei a semana sonhando ouvir/cantar/dançar estas duas últimas ao vivo, e fui pra casa frustrada. Custava trazer uma vocalista bacana, para fazer as músicas que na gravação original tiveram como convidadas Michelle Branch, Mary J. Blige e Joss Stone? Foi economia nos custos da turnê????

Experiência inédita e divertida: puxei a multidão nas palmas que acompanharam o baterista, naquela exibição inacreditável de cerca de 15 minutos. Claro, as palmas teriam vindo de qualquer forma, as batidas de Dennis Chambers ganhando velocidade pediam mesmo interatividade, mas foi muito engraçado fazer o primeiro "clap" e sentir as pessoas aderindo.

Vocês não ficaram com medo daquela pomba da paz no telão, não? Gigante, voando, voando, voando, em câmera lenta e sem chegar a lugar nenhum... Parecia uma assombração, sei lá... Para compensar, do telão também veio um momento bem bonito do show: as imagens da carreira, dos álbuns, dos shows de décadas.

O Bono deve ter dito pra ele "fala de paz e de Deus que o povo de lá gosta", e ele lascou umas frases quase samba do crioulo doido, juntando Buda e Xangô. Dispensável, dispensável: a Fundação Milagro não precisa disso... Outras pequenas apelações, que não comprometeram o andamento do espetáculo, foram a citação de ''Aquarela do Brasil'' e a saudação aos "nossos irmãos da favela". Também foi uma apelaçãozinha, mas teve o mérito da originalidade a "Romaria" no baixo de Benny Rietveld. A platéia fez coro bonito no refrão.

A camisa que Carlito usou durante todo o show (nada daquelas presepadas de ficar trocando de figurino) ele comprou em algum camelô na calçadão, aposto. Outra do LSDias: "Figurino discreto, o do Santana, todo em tons de cinza. Desde o cinza amarelo-gema até o cinza verde-bandeira...". Aliás, registro que daqui pra frente só quero ir aos shows com o Lu Dias: apoiada por ele fui me esgueirando pela multidão, e vi quase toda a apresentação na cara do palco, de frente pro gol.

Para ler comentários quase científicos sobre o show, música & músicos, clique aqui e aqui também (Obrigada, mestre!).

P.S. : E eu estava liiiiiiinda de cabelo novo e blusinha esvoaçante!! :))

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