Inconfessáveis
Não há beleza no desejo inspirado pelas obviedades. Há pouco mérito em querer apenas pelas ousadias, pelas safadezas de que se é capaz.
Desejáveis, adoráveis, inconfessáveis, são a pele que se dobra, pesada de anos, na curva do pescoço.
As mãos pequenas.
As incontáveis manias e os hábitos meio sem sentido de homem solteiro.
Uma leve hipocondria, divertida.
A inflexão dada ao meu nome, ao telefone, como se ficasse surpreso por ser eu do outro lado da linha.
Uma timidez domada, um ciuminho feliz.
E os sussurros de "minha", que você não consegue repetir sob a luz acesa.
Um comentário:
A verdade só aparece no escuro...
profundo, não?
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