16/04/2006

(Isso estava escrito a lápis há dias, em uma folha solta na bolsa. Passo pra cá hoje, então o "agorinha mesmo" é relativo)
Comprei um livro hoje, agorinha mesmo.
Comprei um livro hoje, agorinha mesmo, que custou a espantosa quantia de R$ 10.
Comprei um livro hoje, que, pela espantosa quantia de R$ 10, rendeu-me um lindo diálogo, poesia do cotidiano.
O moço do caixa - e "moço" é jeito de falar, posto que era um senhor já bem senhor - abre o exemplar para ler a etiqueta que informa o valor quase simbólico do volume e comenta:
- Trabalhei nesta editora por mais de xxx anos. Talvez eu tenha vendido este livro pra cá.
O tom de "encontrei um velho amigo" e a forma respeitosa com que o senhor segurou o livro - com as duas mãos, firmemente - já teriam sido dignos de nota, devolvendo doçura à minha tarde até então triste e pesada.
E ele prosseguiu:
- Uma vez, peguei aqui um livro em que o antigo dono, uma vez decidido a vender para um sebo, mas talvez com pena de levar a cabo o gesto, escreveu na folha de rosto "Vou vender este livro para um sebo, mas ele vai voltar" - e virou de costas, para fazer o troco.
Quase chorei.
(A propósito, os livros de hoje foram "A máquina", ainda com a capa antiga, sem a apelação do filme, e "Não agüento mais", sobre depressão)

3 comentários:

Anônimo disse...

Não dá para postar mais fotos...Eu sempre fico enlouquecido mesmo

Lilian Sapucahy disse...

Hahaha... ponho outras depois...

Fadua disse...

Eu quero atualizações!
:-)